segunda-feira, 14 de junho de 2010

Agora é pra valer: Lula diz que, apesar de não disputar a eleição, continuará na cédula: "Eu mudei de nome e vou colocar Dilma"


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A candidatura de Dilma Rousseff à Presidência, oficializada ontem em Brasília, reforçou a aposta no presidente como cabo eleitoral. "Mudei de nome e vou colocar Dilma", disse Lula. A ex-ministra, menos popular no eleitorado feminino, pregou um governo com "alma de mulher".
Na convenção do PT, vídeos citavam brasileiras ilustres, e um espaço nobre foi reservado ao público feminino.

Dilma diz que fará Brasil de Lula com "alma de mulher"

Na convenção do PT, presidente reforça ideia de que votar na petista é votar nele

Lula diz que, apesar de não disputar a eleição, continuará na cédula: "Eu mudei de nome e vou colocar Dilma"
Dilma Rousseff, 62, foi confirmada ontem candidata do PT à Presidência em um evento cujos motes foram a exaltação à figura da mulher e a tentativa de colar a imagem da petista à do presidente Lula, que tem aprovação de 76% da população.
Na convenção do partido, em Brasília, Dilma disse em discurso que fará um governo como o de Lula, mas "com alma e coração de mulher".
O tema da convenção (mulheres), idealizado pelo marqueteiro João Santana, teve o objetivo de melhorar o desempenho da petista no eleitorado feminino.
De acordo com a última pesquisa Datafolha, Dilma e José Serra (PSDB) estão empatados com 37% das intenções de voto, mas o tucano vence entre as mulheres (38% a 33%).
Foram exibidos vídeos de brasileiras ilustres, como a princesa Isabel e a compositora Chiquinha Gonzaga. Maria da Penha, que inspirou lei contra a violência doméstica, estava na plateia.
Um espaço em frente ao palco foi reservado ao público feminino, que recebeu bandeiras de cor lilás.
A convenção serviu para mostrar que Lula será mais do que um cabo eleitoral de Dilma -ele irá reforçar a ideia de que votar em sua ex-ministra é votar nele.
Em tom de brincadeira, Lula disse que irá trocar de nome para continuar a receber votos. "Meu nome não vai estar na cédula. Vai haver um vazio naquela cédula. E para que esse vazio seja preenchido, eu mudei de nome e vou colocar Dilma."
O tom também está explícito no novo jingle da candidata, tocado exaustivamente: "Lula tá com ela, eu também tô", diz o refrão.
Em 51 minutos de discurso, sem improviso, Dilma prometeu um debate de "alto nível", com confronto de "projetos e programas". "Sei como estimular o debate sério e não o envenenamento."
Segundo ela, os governos anteriores trataram os mais pobres apenas como "peso, resto, carga, estorvo". "O tabu que derrubamos foi o de que era impossível governar para todos os brasileiros", disse, referindo-se aos governos FHC (1995-2002).
Dilma disse que pretende fazer um governo de "continuidade da mudança". E listou prioridades para um eventual governo. Defendeu investimentos em saúde, educação e infraestrutura.
Houve quem reclamasse do discurso longo da candidata. Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, a defendeu. "Foi longo, mas tem conteúdo."

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