segunda-feira, 14 de junho de 2010
CRÍTICA TV:Entre vuvuzelas, fico com o sotaque dos comentaristas
COPA DAS VUVUZELAS
Não importa o narrador, o comentarista, o entrevistado, o canal. Quem sempre está lá, em todos os jogos e em todos os ouvidos, é ela, a famigerada vuvuzela.
Plana e monocórdia, tudo iguala-se em sua pasta sonora persistente e triste. Não nos deixa ouvir o colorido das vozes, dos gritos e dos cânticos das diversas torcidas. Totalitária, impõe seu fom-fom funhanhado aos nossos fatigados tímpanos.
Prefiro sotaques. O do Neto, na Band, é caipira dos bão. Comentarista Monteiro Lobato, direto do "Sítio do Picapau Amarelo", mandou bem ao observar que a vuvuzela "atrapaia". Já Edmundo, o outro lado da Band, é carioquérrrimo. E fiquei pasmo ao ouvi-lo considerar o juiz bonzinho na distribuição de cartões. Do gramado ao microfone, mudança animal.
Já o Casão vai de paulistanês. Pelamordideus! Adoro. Ontem lembrou ao Galvão o nome do ator que fazia o Drácula. Bela Lugosi. "Muito bem, Casagrande", agradeceu o inenarrável narrador. Copa também é cultura.
Fonte: Folha de SãoPaulo
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO
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