domingo, 19 de julho de 2009

Casa de José Sarney serviu para reunião de lobby


Folha Online

A casa do senador José Sarney, em Brasília, serviu de ponto de encontro para aproximar o grupo empresarial Abyara, de São Paulo, com Fábio Lenza, vice-presidente da Caixa Econômica Federal, em março do ano passado, informa reportagem de Elvira Lobato, publicada neste sábado pela Folha (íntegra apenas para assinantes).

Segundo a reportagem, a empresa queria um empréstimo de R$ 750 milhões da CEF para financiar empreendimentos imobiliários e pediu ajuda de Fernando Sarney, filho do senador, para contato direto com a direção da Caixa.

A Folha informa que a Abyara chegou a assinar um protocolo de intenções para o empréstimo, mas a operação não se realizou, em razão da crise do mercado financeiro.

Fábio Lenza foi nomeado para a vice-presidência da Caixa por influência de Sarney. A irmã dele, Olga Lenza, é chefe de gabinete da governadora Roseana Sarney, no Maranhão.

O local para o encontro foi indicado por Fernando Sarney, segundo telefonemas gravados pela Polícia Federal no dia 5 de março de 2008, durante a Operação Boi Barrica, que investigou o filho do senador.

Outro lado

José Sarney, disse, por meio de sua assessoria, que não participou nem nunca soube da reunião em sua casa, em Brasília.

O empresário Fernando Sarney confirmou o encontro, mas disse que fez apenas a apresentação entre as partes. Ele disse que soube que houve duas ou três reuniões entre a Caixa e a Abyara e que o empréstimo não saiu.

Fábio Lenza afirmou, por telefone, que todas as informações estão no relatório da Polícia Federal e recomendou que a reportagem procurasse a assessoria da Caixa. O banco, por sua vez, emitiu uma curta nota dizendo que nunca concedeu financiamento à Abyara.

A Abayara enviou nota à Folha em que diz que, como outras empresas do setor, assinou um protocolo de intenções com a Caixa, no dia 15 de maio do ano passado, para financiamento de empreendimentos imobiliários habitacionais, e que pleiteou financiamento de R$ 750 milhões para 11 empreendimentos imobiliários.

Segundo a Abyara, caberia ao banco avaliar tecnicamente os projetos a serem financiados e nenhum contrato foi celebrado.

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