sexta-feira, 16 de abril de 2010

MAIS UM CASO DE RACISMO NO FUTEBOL:STJD solicita imagens

Procuradoria irá analisar atitudes de Danilo, do Palmeiras, e Manoel, do Atlético/PR, para efetuar denúncias


Além de caso de polícia, o episódio envolvendo Danilo, do Palmeiras, e Manoel, do Atlético/PR, será analisado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O procurador-geral Paulo Schmitt informou ao site Justicadesportiva.com.br que pedirá as imagens para tomar providências.

“Vamos ver o lance e analisar. O que identificarmos de infração iremos denunciar, e o que não conseguirmos iremos solicitar a instauração de um inquérito”, declarou Schmitt, ressaltando que a punição para o ato de racismo existe na Justiça Desportiva brasileira desde 2006 e que até o clube do jogador infrator pode sofrer punição.

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Em uma disputa de bola, Manoel deu uma cabeçada em Danilo, que revidou cuspindo e, em seguida, o defensor palmeirense teria chamado o adversário de “macaco”. O jogador rubro-negro, por sua vez, admitiu ter dado um pisão em Danilo num lance posterior. O árbitro Marcelo de Lima Henrique, que apitou a partida vencida pelo Palmeiras, não puniu os jogadores.

O novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) prevê punição aos infratores por cada ato praticado em campo. A cusparada, tipificada no artigo 254-B, pode render punição de seis a doze jogos ao palmeirense. Além disto, caso seja comprovada a atitude racista, Danilo também poderá responder ao artigo 243-G (praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão da cor), que prevê suspensão de cinco a dez partidas. Já Manoel corre o risco de ser denunciado duas vezes no artigo 254-A (agressão física), inciso I, pela cabeçada e também pelo pisão confesso em Danilo. A punição prevista no artigo é de suspensão de quatro a 12 jogos.

Após o jogo, Manoel registrou um boletim de ocorrência no 23º Distrito Policial de São Paulo. Danilo foi enquadrado no artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal (injúria qualificada por racismo). A pena prevista varia de um a três anos de prisão. O jogador palmeirense não compareceu à delegacia.

Para os palmeirenses, a polêmica criada pelos paranaenses foi premeditada. “Foi mais uma tentativa deles (Atlético/PR) de criar animosidade, um clima ruim, para o jogo da volta”, comentou o diretor de futebol, Savério Orlandi, sobre a acusação de racismo.

O Palmeiras venceu por 1 a 0 e pode até empatar o jogo de volta para avançar às quartas de final da Copa do Brasil. O reencontro será na próxima quarta-feira, dia 21 de abril, na Arena da Baixada. O classificado deste duelo enfrentará o vencedor de Atlético/GO e Santa Cruza na próxima fase.

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