terça-feira, 16 de março de 2010
Advogado diz que acusado de matar Glauco tem problemas com drogas
O advogado de Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, 24, afirmou, em entrevista ao "Jornal da Globo", que Cadu enfrentava problemas com drogas e estava com comportamento muito alterado nos últimos tempos.
Cadu é acusado pelo assassinato do cartunista Glauco Vilas Boas, 53, e de seu filho Raoni, 25, na madrugada de sexta-feira (12).
"Teve dia que o pai dele chegou em casa e ele estava ajoelhado falando para as plantas: eu sou Jesus, você é Maria e as plantinhas são Deus", disse o advogado Gustavo Badaró.
Segundo Badaró, o pai de Cadu quis interná-lo em uma clínica de recuperação para viciados em drogas, mas foi convencido do contrário pelo filho. De acordo com o advogado, Cadu teria dito ao pai: " eu vou sair dessa, não quero ficar igual minha mãe".
Cadu está preso desde a madrugada de segunda-feira, quando foi abordado em uma fiscalização de rotina da Polícia Federal de Foz do Iguaçu (PR). Ele tentava fugir para o Paraguai. Houve tiroteio e um policial federal foi ferido. Com ele a polícia apreendeu um carro, que havia sido roubado em São Paulo, uma arma e uma quantidade não determinada de maconha.
O rapaz afirmou em depoimento à Polícia Federal que ficou entre a madrugada da última sexta e manhã de domingo em um matagal no pico do Jaraguá, na zona norte de São Paulo, enquanto planejava a fuga para o Paraguai.
Segundo informações do delegado Marcos Paulo Pimentel, da PF em Foz do Iguaçu (PR), apesar de o acusado ter confirmado que a arma apreendida foi usada no crime, apenas o exame de balística poderá confirmar a informação. Cadu contou a uma equipe de TV como matou Glauco e Raoni.
Motorista
O delegado Archimedes Veras Júnior, da Delegacia Seccional de Osasco (Grande São Paulo), afirmou nesta segunda-feira que Felipe Iasi, 23, deve ser indiciado --por contribuição ou coautoria-- pelo assassinato.
Cadu chegou à casa de Glauco em um Gol cinza dirigido por Iasi.
"Ainda temos que interrogar o Cadu. Se o próprio Cadu falar que o Felipe sabia e participou do crime, eu pedirei a prisão preventiva dele", disse Veras Júnior.
O delegado disse nesta noite que ainda depende da autorização dos superiores, mas acredita que irá a Foz do Iguaçu (PR), onde Cadu está preso, ainda nesta terça-feira (16).
"O depoimento do João Pedro [Costa, amigo de Raoni] levou a crer que o Felipe também estava presente no momento dos disparos. Falta apenas ouvir o que o indiciado vai falar para saber exatamente o que aconteceu."
Após cinco horas de depoimento, Iasi foi liberado pela polícia neste domingo (14) por ter bons antecedentes e residência fixa. Ele negou participação no crime, disse que foi sequestrado por Cadu e ameaçado com uma arma para ir até o local do crime.
Seu advogado afirma que ele não ouviu os disparos porque fugiu do local antes. A polícia disse que o depoimento não convenceu totalmente.
Caso
Glauco e Raoni foram mortos a tiros na casa do cartunista, em Osasco (Grande São Paulo), na madrugada de sexta-feira (12). Segundo as testemunhas, o suspeito chegou ao local e rendeu, primeiro, a enteada de Glauco, que mora em uma casa no mesmo terreno.
Cadu era conhecido da família por já ter frequentado a igreja Céu de Maria, que segue os princípios do Santo Daime e foi fundada por Glauco.
Segundo o relato das testemunhas, Cadu estava transtornado e delirava. Ele estava armado com uma pistola automática e uma faca. Glauco tentou negociar com Nunes e chegou a ser agredido. De acordo com Veras Júnior, Glauco não reagiu.
No meio da discussão, porém, Raoni chegou ao local de carro. Em seguida, Cadu atirou contra pai e filho, mas os motivos ainda não foram esclarecidos. Os dois chegaram a ser atendidos no hospital, mas não resistiram e morreram.
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