quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Janela de transferências assombra o Brasileirão


Todo ano é sempre a mesma história: o período que vai do início de julho até o final de agosto é marcado pelo terror das torcidas, apreensão de dirigentes e deleite de empresários. É a abertura da janela de transferências, onde os clubes estrangeiros saem às compras e invariavelmente crescem os olhos para o futebol brasileiro, pródigo em fabricar craques e incapaz de resistir às investidas de euros e dólares.

E foi-se o tempo em que apenas gigantes como Milan, Barcelona e Real Madrid encantavam dirigentes e jogadores. Atualmente, é comum ver ídolos trocando o Brasil por equipes do segundo e terceiro escalões no velho continente e cada vez mais seduzidas pelos petrodólares do mundo árabe. Tudo em busca da famigerada "independência financeira".

Em 2009, mesmo com a crise financeira mundial diminuindo um pouco o apetite dos estrangeiros, o filme se repete. É possível formar uma verdadeira Seleção com os atletas que já deixaram ou ainda podem dizer adeus ao país do futebol: Felipe; Leonardo Moura, Chicão, Miranda e André Santos; Cristian, Ramires, Hernanes e Ibson, Keirrison e Nilmar. E outros ainda devem sair...

Especialista em pontos corridos, o técnico palmeirense Muricy Ramalho costuma dizer que o Brasileirão só é decidido após o término da janela em 31 de agosto, pois é a partir daí que os jogadores retomam o foco na disputa e o treinador sabe com que grupo poderá contar. As quedas do rendimento de Flamengo, no ano passado, e Corinthians, neste ano, parecem ratificar as palavras do técnico.

Sem conseguir criar um modelo de gestão que os tornem menos dependentes da venda de jogadores, os clubes continuam reféns dos euros e dólares para manterem o caixa em dia e montar equipes minimamente competitivas. Os jogadores, encantados com os gordos salários fora do país, vão embora cada vez mais cedo e com menos identificação com as cores que vestem. Enquanto vê a debandada de camarote, a CBF tenta mostrar resistência e volta a falar em adequar o calendário brasileiro ao europeu , mas por enquanto nenhuma medida efetiva ainda foi tomada.

E a torcida...bem, a torcida vai se acostumando cada vez mais a ver seus ídolos indo embora e fazendo a festa de rubro-negros, tricolores e alvinegros de outros continentes.

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