quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Cristovam diz que, com Sarney, Senado pode parar


Senador lamenta sessão de ontem, a segunda 'mais sem sensatez da história da Casa'

Os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Cristovam Buarque (PDT-DF) conversaram com o repórter José Maria Trindade sobre a crise política enfrentada pela Casa, com diversos parlamentares pedindo que José Sarney (PMDB-AP) deixe a presidência em razão das diversas denúncias contra ele.

Renan, líder do PMDB e um dos principais defensores de Sarney, que disse não falar sobre o Conselho de Ética, que amanhã analisará as representações contra o colega de partido, mencionou porém que o conselho “não é uma instância partidária, é um colegiado, as pessoas vão ter que decidir sobre as questões de acordo com os elementos do processo”. O alagoano disse ainda não ter conversado com Sarney sobre o discurso que este promete fazer amanhã, no plenário do Senado.

Já Cristovam Buarque destacou que a sessão de hoje foi normal, ao contrário do que ocorreu ontem, quando o Senado estava “fora de qualquer lucidez”, na sessão “mais sem sensatez da história da Casa”, exceto pelo dia 5 de agosto de 1963, quando o pai de Fernando Collor de Mello, Arnon de Mello, entrou armado na Casa e acabou atirando contra José Kairala, suplente que se despedia do cargo e acabou assassinado.

Para ele, a presença do presidente da Casa durante a sessão é normal, ainda que Sarney não tenha “ouvido” os discursos, em menção ao fato do senador pelo Amapá não aceitar os pedidos de renúncia. Cristovam assegurou ainda que, se o peemedebista não deixar o cargo, o Senado deverá parar durante meses, antes de chamar de “insensatez” a possibilidade do Conselho de Ética arquivar todas as 11 representações contra Sarney.

Buarque ainda destacou que, se nada acontecer amanhã, existe a possibilidade da juventude brasileira tomar as ruas, como ocorreu com os “caras-pintadas”, gripo citado por Collor durante seu discurso na sessão de ontem e que acabou auxiliando no processo de impeachment do alagoano.

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