Os três filhos do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), são investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público e processados na Justiça.
A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), é investigada pelo Ministério Público Federal em Brasília por uso de passagens aéreas. Conforme mostraram o Jornal Pequeno e o Congresso em Foco em março, a agência de turismo Sphaera disse que a cota da então senadora foi usada para transportar um grupo de pessoas de São Luís a Brasília.
Roseana ainda responde a um processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ela é acusada de abuso de poder econômico e de pagar as despesas eleitorais da coligação União Democrática Independente, formada pelo PSL e PTC. Um dos denunciantes é Aderson Lago (PSDB), sobrinho do governador cassado do estado, Jackson Lago (PDT). Segundo ele, R$ 168 mil foram usados em troca do apoio político.
De acordo com o secretário de Comunicação do Maranhão, Sérgio Macedo, nenhuma das duas acusações procede. Ele diz que a ação no TSE "é uma peça de ficção assinada pelo tucanato, pela perda do poder". Segundo Macedo, já há pareceres contrários à ação judicial.
O secretário de Comunicação diz que Roseana já comprovou que nenhuma pessoa listada na notícia viajou às custas do Senado. "Todos viajaram por conta própria." Macedo aguarda que o MPF arquive a investigação contra a governadora.
Corrupção - Fernando, outro filho de José Sarney, é acusado em inquérito da PF de montar um esquema de corrupção no governo, apurado pela Operação Boi Barrica. Para os policiais, ele praticou formação de quadrilha, crime contra a administração pública e crimes contra o sistema financeiro nacional.
Outro filho, o deputado Sarney Filho (PV-MA), é um dos investigados pelo Ministério Público por usar passagens áreas para voar ao exterior com a mulher e o filho para o exterior. Para o MP, esse e outros casos mostram "sérias irregularidades cometidas na emissão de passagens aéreas pagas com recursos da Câmara dos Deputados".
Partiram da cota de Sarney Filho cinco vôos para Marco Antônio Bogéa. Ele é um dos investigados pela PF na Operação Boi Barrica. O inquérito continua em andamento e é analisado em conjunto com uma equipe de quatro procuradores da República no Maranhão.
O advogado de Fernando Sarney, Eduardo Ferrão, afirma que todas as acusações são falsas. Ferrão está questionando na Justiça a interpretação dada a diálogos telefônicos para comprovar a defesa. "Nossa preocupação é colocar tudo dentro dos autos do que aconteceu realmente", diz. Ferrão protesta contra o vazamento do inquérito.
A reportagem deixou recado com a assessoria de Sarney Filho, mas o parlamentar não retornou os contatos.
Um neto - A operação de créditos consignados no Senado é investigada pela Polícia Federal. Uma das empresas era dirigida pela babá do ex-diretor de Recursos Humanos da Casa João Carlos Zoghbi. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, José Adriano Sarney, neto do presidente do Senado, é um dos operadores dos empréstimos consignados. Ele abriu sua empresa - a Sarcris Consultoria, Serviços e Participações Ltda - quatro meses depois de Zoghbi criar a Contact Assessoria de Crédito.
Adriano Sarney disse que fatura "menos de R$ 5 milhões" por ano com a empresa de intermediação de crédito. E negou ao jornal que fosse beneficiado por ser neto do presidente do Senado.
O pai de Adriano, o deputado Sarney Filho, não retornou os recados deixados pelo Congresso em Foco com sua assessoria. A Superintendência da Polícia Federal em Brasília, que investiga os empréstimos consignados no Legislativo, afirmou que não poderia se manifestar sobre o caso.
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