O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), defendeu ontem que as novas denúncias envolvendo o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), sejam apuradas pelo Ministério da Cultura e pela Controladoria-Geral da União (CGU). "Vamos aguardar os esclarecimentos. É um convênio dentro dos preceitos da Petrobras", disse Jucá, afirmando não ver ligação da estatal com as irregularidades reveladas em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo na execução de um projeto de incentivo à cultura pela Fundação José Sarney, que foi patrocinado com verbas da empresa.
"Eu falei com o presidente Sarney e ele está tranquilo. A posição (da base) é aguardar os esclarecimentos", disse Jucá, depois de reunião dos líderes dos partidos da base governista.
A reportagem revela que, de um total de R$ 1,3 milhão repassado pela Petrobras à fundação para projeto de incentivo à cultura, pelo menos R$ 500 mil foram parar em contas de empresas prestadoras de serviço em endereços fictícios em São Luís e em uma conta paralela que não tem ligação com o projeto. Outros R$ 30 mil foram para a TV Mirante e duas emissoras de rádio de propriedade da família Sarney.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), divulgou nota ontem afirmando que não tem nenhuma responsabilidade administrativa pela Fundação José Sarney envolvida em denúncias de irregularidades com a Petrobras.
No documento, Sarney afirma que é presidente de honra da fundação que leva seu nome e os esclarecimentos devem ser "prestados pelos administradores constituídos". A Folha Online procurou a Fundação José Sarney para comentar as acusações, mas não teve resposta.
Segundo reportagem publicada ontem no jornal "O Estado de S. Paulo" ao menos R$ 500 mil dos recursos repassados pela Petrobras para patrocinar um projeto cultural da Fundação Sarney teriam sido desviados para empresas fantasmas e e empresas da família do senador peemedebista José Sarney (AP). O dinheiro teria ido parar em contas de empresas com endereços fictícios e contas paralelas. O projeto nunca saiu do papel.
A reportagem informa que a justificação de um saque de R$ 145 mil foi foi feita com recibos da própria fundação. Outros R$ 30 mil foram para emissoras de rádio e TV da família Sarney para veicular comerciais sobre o projeto fictício.
Reportagem publicada na edição de ontem da Folha informa que a Fundação José Sarney em São Luís (MA) tem como principal atração para o público, em vez de livros e o museu, uma festa julina idealizada pela governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB). A fundação recebeu R$ 1,34 milhão da Petrobras entre o fim de 2005 e setembro passado para preservação de seu acervo.
De acordo com a reportagem, são realizados pela Associação dos Amigos do Bom Menino das Mercês, comandada por Raimundo Nonato Quintiliano Pereira Filho, funcionário do gabinete do senador Lobão Filho (PMDB-MA). Lobão é aliado do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o criador da fundação.
A Petrobras informou que o dinheiro foi destinado à preservação do acervo da biblioteca e do museu. A reportagem da Folha visitou a fundação numa quinta-feira e foi informada que a biblioteca estava fechada e sem previsão de funcionamento. Entre as peças em exposição na fundação estão cartazes de campanha, caricaturas e quadros de Sarney.(Folha Online)
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