Jackson Lago é cassado.Clã dos Sarney quer voltar ao poder no Maranhão com Roseana

A SEMANA
A Justiça Eleitoral está mesmo com a faca nos dentes. Depois da cassação do governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), há menos de um mês, o TSE, por cinco votos a dois, também cassou, no fim da noite da terça-feira 3, os mandatos do governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), e do vice Luiz Carlos Porto (PPS), por abuso de poder na eleição de 2006. Com a decisão, a senadora Roseana Sarney (PMDB), segunda colocada na disputa estadual, deverá assumir o governo do Estado. O ex-ministro do STF Francisco Rezek, advogado do governador do Maranhão, entrou com recurso por meio do chamado embargo de declaração. "Vamos apelar a todas as instâncias possíveis", disse Rezek. Mas fontes do TSE dizem que dificilmente haverá uma revira volta no caso, pois o recurso será julgado pelos mesmos ministros que condenaram Lago.
Após a derrota, Lago afirmou que o resultado foi uma demonstração de "como é difícil enfrentar as elites" do Maranhão e do País. "Mesmo assim, vamos lutar para fazer prevalecer o voto de cada mulher e cada homem do Maranhão", disse o governador. Já o clã dos Sarney, que não mandava no Palácio dos Leões desde 2004, recebeu em festa o resultado, com direito a carreata nas ruas de São Luís. Para a senadora Roseana, o TSE fez justiça. "Está havendo um processo educativo, as pessoas estão valorizando mais a lei porque acreditam mais nela. Isso serve de exemplo para casos de abuso de poder e práticas que são coibidas dentro do possível", disse ela. Mesmo depois de esgotados os recursos da defesa de Lago, Roseana só pretende assumir o governo quando estiver recuperada de uma cirurgia, marcada para o fim do mês, para extrair um aneurisma cerebral.
Votaram pela condenação o relator do processo, ministro Eros Grau, e os ministros Carlos Ayres Britto, Ricardo Lewandowski, Félix Fischer e Fernando Gonçalves. Foram contra os ministros Marcelo Ribeiro e Arnaldo Versiani. O pedido de cassação foi feito pela coligação de Roseana. A principal acusação é de que José Reinaldo Tavares (PSB), governador do Maranhão durante a eleição, teria usado a máquina do Estado em favor de Lago.
Fonte: Isto É