A Fundação Sarney, uma espécie de museu do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), em São Luís, no Maranhão, vai fechar as portas porque não tem mais como bancar o acervo. A assessoria de Sarney disse ao R7 nesta segunda-feira (26) que após o linchamento a que ele foi submetido - acusado de beneficiar com cargos parentes e aliados nos chamados atos secretos - os patrocínios à fundação foram desaparecendo e ele "não pode bancar do próprio bolso". Sarney nega todas as acusações.
A assessoria de Sarney disse que desde que o escândalo estourou, os recursos para manter o acervo sumiram e parece que virou "pecado" patrocinar fundação. O destino dos documentos ainda não foi decidido nem como ficará o comando da fundação, que conta com José Carlos Sousa Silva na presidência e Sarney no conselho.
As complicações começaram após reportagem de O Estado de S.Paulo de julho que mostrava que a Petrobras havia repassado ao menos R$ 500 mil para patrocinar um projeto da fundação, mas foram desviados para empresas fantasmas e da própria família. Sarney negou qualquer irregularidade.
A entidade entidade recebeu recursos públicos da estatal, por meio da Lei Rouanet, que dá incentivos fiscais a empresas que investem em ações culturais.
A Fundação Sarney fez a prestação de contas desses repasses ao Ministério da Cultura em 31 de julho e a CGU (Controladoria-Geral da União) também apura se há irregularidades no caso.
Uma consulta feita ao Portal da Transparência mostra, no entanto, que Sarney usou no mês de setembro R$ 5 mil da sua verba indenizatória para a Memória Viva Pesquisa e Manutenção de Acervos Históricos, seu único gasto no mês.
A Fundação José Sarney é uma entidade privada, criada para preservar a memória do senador maranhense. No local são reunidos e expostos ao público material do período em que ele ocupou a Presidência da República e reproduções de sua obra literária. O prédio também abriga o mausoléu onde Sarney queria ser enterrado.
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